Para ler e download “A Ideia”, nºs 81-83 (2017) [1]
Nºs. anteriores:
Número 77/78/79/80 (1ª parte – 2016) [2]
Número 77/78/79/80 (2ª parte – 2016) [3]
Apresentação da revista de cultura libertária “A Ideia” na antiga prisão do Aljube
[7]Com um público muito próximo daquilo que tem sido habitual nos últimos anos, decorreu no Museu do Aljube na tarde de sábado de 16 de Dezembro a apresentação do número triplo da revista A Ideia respeitante ao ano de 2017, cuja pasta central versa os acontecimentos político-sociais que tiveram lugar na Rússia há cem anos.
O volume publica textos clássicos de duas testemunhas presenciais dos eventos, Emma Goldman e Ida Mett, e ainda um vasto acervo de textos da imprensa operária portuguesa da época (jornal A Batalha, jornal Avante de Évora e revistas A Sementeira e Renovação), dando conta da recepção que os eventos então tiveram, logo a partir de Dezembro de 1917, no meio operário português. Apresenta-se ainda uma entrevista com Carlos Taibo, autor dum importante estudo sobre a Revolução Russa saído este ano, e outra com Ana da Palma, tradutora portuguesa do conhecido livro de John Reed, Dez dias que abalaram o mundo.
[8]A apresentação do tema central da revista esteve a cargo de Mário Rui Pinto e de Paulo Eduardo Guimarães. O primeiro falou das manifestações libertárias na Rússia de há cem anos, com destaque para a gesta de Nestor Makno e para a sublevação de Cronstadt em Março de 1921, e da atenção internacional que o movimento tem dedicado este ano ao acontecimento um pouco por todo o mundo, enquanto o segundo centrou a sua atenção nas apreciações que o evento mereceu por parte da organização sindical portuguesa da época, com enfoque particular na Confederação Geral do Trabalho, fundada em Fevereiro de 1919.
O evento contou também com a apresentação dum livro antológico, Anarquismo moderno mas não pós-moderno (Colibri, 2017), colectânea de textos publicados na revista A Ideia na década de 80 e onde estão representados autores tão marcantes para a renovação do pensamento libertário na segunda metade do século XX como Colin Ward, Murray Bookchin, George Woodcock, Amedeo Bertolo, Nico Berti, Tomás Ibañez e Thom Holterman. A apresentação desta colectânea esteve a cargo de José Bragança de Miranda, tradutor e estudioso da obra e do pensamento de Max Stirner.
O encontro teve ainda no final a presença do Teatro Independente de Loures, activo desde 1968, que, com interpretação de Luís Paniágua e Pedro Pina, representou duas curtas peças (“A paragem de autocarro” e “O escadote”) do dramaturgo e poeta português Jaime Salazar Sampaio (1925-2010), um dos autores em destaque neste número triplo da revista A Ideia, a par das homenagens poético-pictóricas a Cruzeiro Seixas, Cesariny, Virgílio Martinho, Fernando Alves dos Santos, Luiz Pacheco, António Maria Lisboa, Baptista-Bastos e Maria Natália Duarte Silva.
[Fotografias e vídeos da responsabilidade de Luís de Barreiros Tavares]