@s anarquistas contra o G-8

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eu
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@s anarquistas contra o G-8

Mensaje por eu » 06 Jul 2009, 19:01

Mais um ano devemos ver uma reunião do G-8, o grupo dos oito países mais enriquecidos do mundo, que se juntam periodicamente para decidir que rumo seguirão para manter o mundo sob a sua opressão. O G-8 é de facto um gabinete privado desde o que se dirige o mundo, que conta com as suas estruturas de controle económico (BM, FMI, OCDE e OMC), de controle político (ONU), de controle social e ideológico (ONU, UNESCO e OIT) e de controle militar (OTAN). Mais uma vez, de costas e contra o povo, juntam-se para definir o caminho para a continuação da exploração capitalista do mundo inteiro, sob o guia dos bancos e das empresas multinacionais, de forma que sejam el@s cada vez mais ricos e nós cada vez mais pobres.

Na provocação contínua que representam estas reuniões, a respostas das pessoas anti-capitalistsa não se pode fazer aguardar. Milheiros de anarquistas e anti-capitalistas levaremos a cabo actos de protesto, tanto no lugar de celebração da cimeira como nas nossas vilas e cidades. A democracia amosará ante esta resposta, como já tem feito a miúde, a sua verdadeira face, e imporá a violência dos seus corpos armados. Será habitual escutar falar toda a semana de detenções, juiços, cárregas, agressões e perseguições policiais. Será aliás uma boa oportunidade para que o poder amose na rua a nova direção fascista que se está a adotar em matéria de seguridade. Berlusconi porá a prova os seus novos corpos armados e as flamantes patrulhas cidadás, o que já antes se chamou fascii di combatimento, e procurará a ocasião de por em prática o novo e endurecido código penal.

Esto não pode significar abandonar a luta e o protesto. Pelo contrário, debe encorajar-nos a aumentá-lo. Tampouco o afastamento das nossas vidas e interesses no que semelham orbitar estas reuniões de alto nível pode levar-nos a abandonar ou limitar a nossa resposta.

Muito pelo contrário, não podemos deixar de ver as conseqüências imediatas que se hão derivar para a classe operária. O G-8 e a ordem que impõe significarão um alarmante retrocesso nas nossas condições laborais, falando-se de escandalosos aumentos da jornada laboral, de congelações salariais, e da continuação do desmonte social que levamos vendo nos últimos anos: recorte nas prestações de desemprego e das pensões, aumento da idade de jubilação ou dos devengos para as baijas laborais.

O G-8 e a sua ordem significam a gestão das matérias primas e do meio-ambiente como meios de produção e como simples formas de enriquecemento, o que produz a exploração selvagem da natureza, uma relação anormal das pessoas com o nosso meio e o lucro das empresas e o grande capital contra os interesses do povo. Significa AVE, grandes autovias e demais infra-estruturas desnecesárias; significa encoros, parques eólicos, centrais térmicas, gaseiras que sobreproduzem energia muito por riba das nossas necesidades e da própria capacidade do meio-ambiente para a exportação ao centro industrializado de Europa; significa a especulação urbanística dos grandes grupos imobiliários que leva à destruição das nossas costas e montes.

O G-8 e a sua ordem significam a extensão e perpetuação da guerra e a ocupação imperialista no mundo. Significa normalizar para centos de milhões de pessoas a fome, a violação, o assassinato e a ocupação militar em base a movimentos geo-estratégicos e de controle das matérias primas, assí como da saida natural à maior indústria do mundo, a do armamento.

O G-8 e a sua ordem significa o mantimento do sistema patriarcal e as suas máximas expressões: o machismo e a homofobia, negando-lhe a milhões de pessoas o direito de escolher sua opção sexual e praticá-la em liberdade e fazendo da metade da população mundial vítimas duma violência estrutural pela sua simples condição de serem mulheres.

O G-8 e a sua ordem significam submeter a grande parte do mundo a uma situação de migração obrigatória para poder sobreviver, e o mantimento do racismo e a xenofobia como formas de controle social, oponhendo fronteiras ao direito de livre passo e estância que deviam desfrutar todas as pessoas.

O G-8 e a sua ordem significa um atentado continuado ao direito mais básico dos seres humanos: a liberdade. Significa o mantimento dum sistema de controle social e repressão focado contra as pessoas que lutam contra o sistema capitalista, no que a detenção, o encarceramento e a tortura son prática habitual e o instrumento de amedrentamento e exclusão para qualquer pessoa que duma forma ou de outra não se adaptam ao sistema.

Este ano a reunião celebra-se com o mundo capitalista envolto numa crise económica e financeira sem precedentes nos últimos setenta anos, e com o fantasma do fascismo medrando nas consciências das pessoas e nos actos do poder. É de aguardar que nesta reunião se defina com mais precissão que medidas levarão a remontar o capitalismo e perpetuá-lo como sistema. Mas não é doado, toda vez que o capitalismo está a cair esfarelado como conseqüência da sua própria esência, a necessidade ilimitada de crescimento, e num momento que até agora se tinha conceptualiçado como o momento doado e feliz do capitalismo, o momento da sua hegemonia global.

Mas tambem é o momento da manifestação das respostas populares ante a situação de pauperismo perpétuo no que nos lança o capitalismo. O mundo inteiro vive por intres estas revoltas. Neste contexto, a reunião destes lideres globais revela-se um bom momento para levar à rua nossa oposição a este sistema injusto e manifestar que @s anarquistas temos uma alternativa económica e social. Uma alternativa que passa pelo radical respeito da individualidade de cada um/ha de nós e no construção da sociedade desde o livre pacto e o apoio mútuo. Uma alternativa que desde economias coletiviçadas tanto no reparto do trabalho como nos meios de produção e desde a coletivização do processo de tomada de decissões garante a igualdade de todos os indivíduos. Uma alternativa que prescinde do capital e do poder, o comunismo libertário.

Mas o facto de defender esta alternativa como a mais válida não pode fazer-nos cair no dogmatismo e na apologia religiosa das nossas posições. É necesário entender que lutas tão amplas, até o nível global, como é a luta anti-capitalista, fam confluir vissões diferentes e que a resposta debe articular-se desde a união de todos os movimentos anti-capitalistas sempre que desde as nossas posições, análises e práticas anarquistas, sejam asumíveis seus postulados.

Isto não pode significar a união de ação com qualquer grupo que se proclame anti-capitalista. Necesário é asinalar e denunciar propostas cuja única intenção e contribuir para a recondução da radicalidade do movimento cara às políticas parlamentares ou a sua simples eliminação via marginalização, como pode significar a nova Rede Anticapitalista que, formada desde os satelites do BNG que abranguem organizações tão anti-capitalistas como o sindicato interclassista SLG, empresas encobertas que capitalizam a exploração justa que legitima o chamado comércio justo como Amarante ou ecologistas sem rumo como Verdegaia, semelha que monopolizarão as convocatórias deste ano, tão diferentes das que há apenas dois anos se deram em toda a Galiza.

O momento da rebelião global vai-se achegando, e o caminho deve ser preparado no momento actual. O alcanze e a extensão que academ as lutas depende de nós, dos próprios movimentos sociais. Na rua, no dia a dia, no caminho da luta, iremo-nos atopando e construindo as nossas alternativas, ou seremos finalmente derrotados. De nós, unicamente, é a opção.

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