@s anarquistas não votamos

Galiza-Portugal, País Leonés (Llión, Zamora, Salamanca), Extremadura, Miranda.

Convocatorias Occidente
Responder
Avatar de Usuario
eu
Mensajes: 1695
Registrado: 13 May 2005, 10:10

@s anarquistas não votamos

Mensaje por eu » 22 Feb 2009, 23:11

Mais uma vez estamos imers@s no circo eleitoral que nos recorda periodicamente, sob um ou outro parlamento a ocupar, que vivemos em democracia. Mais uma vez vemos as elites dirigentes convertidas em classes mendicantes, quem em uma irónica e terrível reviravolta do sistema mendigam a legitimidade do seu poder e, como nos custa menos do que uma moeda num chapéu, damos-lha.

Mais uma vez somos acossad@s com propaganda obscena e até com ameaças de invasões (@s vizinh@s de Compostela recebemos nas nossas moradas cartas do PSOE que ameaçam com vir às nossas casas). Mais uma vez somos apelad@s na nossa responsavilidade cívica a escolher uma opção de governo dentro duma não-opção de sistema. E mais uma vez, muita gente para quem a concorrência eleitoral é apenas uma anédota, muita gente que acreditamos em uma associação livre de iguais e que pulamos pela construção e expansão de espaços regidos pelo pacto contínuo e liberados da violência sistémica do capital, devemos expressar a nossa posição: a abstenção, o que vem expressar uma postura vital e moral mais profunda e uma posição frontal quanto ao sistema: a liberdade e a desobediência.

Assí, ante a nova citação eleitoral que esta vez nos propom o Parlamento e a Junta da Galiza (é de notar que ante a proliferação de comícios e como síntoma da qualidade meramente estética destes, muitas vezes nem sabemos em que votamos), @s anarquistas voltamos manifestar que a abstenção é a única posição válida, tanto na teoria como na prática, coisas ambas assimiladas em uma só pel@s anarquistas.

@s anarquistas não acreditamos em um sistema que instaura o voto de representantes e impossibilita a decisão sobre todas e quantas eventualidades nos afetam nas nossas vidas. Entendemos que somos assí despojad@s da nossa capacidade e vontade de governo, é dizer, da nossa auto-determinação, por uma apropriação ilegítima de quem se da, pela via da violência, o direito de dirigir às vidas alheias.

@s anarquistas só defendemos um sistema onde a tomada de decisões se faz no próprio espaço de debate onde participa o conjunto de afetad@s pela questão e onde se participa com liberdade e responsabilidade. De aí que não podamos acreditar nem defender transitóriamente um sistema que instaura um grupo que verticaliça a sociedade ao situar-se na cima e apropriar-se da exclusiva da decisão, ao tempo que se fam praticamente inalcansaveis à hora de render contas pela sua atuação.

Para além, entendemos que fundamentos básicos das nossas vidas e das nossas relações, como são a liberdade ou a igualdade, são irrenunciaveis, pelo tanto e pelas rações aduzidas, não podemos concorrer nestes processos sem perder a nossa condição de pessoas livres.

Mas tambem sabemos que na prática o voto e o conseqüente mantimento ou troca de governo não resolve nada. Porem estamos mui longe de manter a fictícia postura de que todos os partidos são iguais. Há partidos mais dominados pela banca do que outros, partidos constituidos por mais empresári@s do que otros, partidos com mais ligações com a Igreja do que outros, partidos que legitimam e permetem a violência militar no mundo mais do que outros, partidos mais afetados pela estêtica do que outros e que elevam minimamente o seu compromisso social. Mas o facto é que nenhum partido deixa de se mover nestas tessituras, dado o atual estádio do sistema capitalista e o reduzido marco de atuação que permete a legislação básica espanhola.

Entendemos tambem que a contínua participação eleitoral e o mantimento do crêdito no sistema que esta sostém, são um obstáculo ou quanto menos um factor de ralentização na construção de alternativas autónomas e liberadoras.

Fai-se evidente que não se trata de deixar de votar en um ou outro comício. Trata-se de tomar a abstenção como um aspecto mais de uma atitude beligerante com o poder, que define como prática fulcral a desobediência. Este é o aspecto negativo da nossa relação com o poder. Desobedecemos aquelo que agrede à nossa moral, desobedecemos aos exêrcitos, desobedecemos a certas obrigações fiscais, desobedecemos ao matrimónio, desobedecemos tambem ao sistema eleitoral. Mas tambem exercitamos um sentido positivo e construtivo que vai além da desobediência, mas unido a ela.

Trata-se de constituir-nos como abstencionistas ao sistema, de analisar este desde um ponto de vista global e radical, e de agir no sentido de abrir fendas desde as que podamos construir alternativas não capitalistas e não autoritárias. Não podemos elaborar um guia de actuação neste sentido, nom faria sentido, em quanto que deve ser a experiência diária e confrontada dos coletivos quem marque o caminho, mas sim deixar claro que devemos agir em todos os eidos, desde o econômico até as nossas relações pessoais, e que não há tentativa nem experiência pequena nem pouco importante. É precisamente mudando o quotidiano, o diário, desde abaixo, desde as suas manifestações mais pequenas, como remataremos com o capitalismo.

É simplesmente lembrar a velha legenda: nossos sonhos não cabem em suas urnas, e construir passo a passo e decididamente nossos sonhos.

Tirado de Gz Libertária

Avatar de Usuario
Suso
Mensajes: 5254
Registrado: 17 Jun 2004, 13:51

Re: @s anarquistas não votamos

Mensaje por Suso » 23 Feb 2009, 10:21

Pois iso.... Que non votamos.
E somos os máis (40%) aínda que non todos polo mesmo... porque ademáis temos que organizarmos.

:-OO
Teño barca, teño redes, teño sardiñas no mare
teño unha muller bonita
non quero máis traballare.

Gelo
Mensajes: 27
Registrado: 23 Feb 2009, 14:51
Contactar:

Re: @s anarquistas não votamos

Mensaje por Gelo » 02 Mar 2009, 16:14

Suso dixo
Pois iso.... Que non votamos.
E somos os máis (40%) aínda que non todos polo mesmo... porque ademáis temos que organizarmos.
A situaçom já mudou. PP, 47,10%; abstençom 29,80% a ter umha percentagem igual ao PSOE, 29,91%.
A natureza não faz milagres http://pacienciasdeanimal.blogspot.com/

Avatar de Usuario
Suso
Mensajes: 5254
Registrado: 17 Jun 2004, 13:51

Re: @s anarquistas não votamos

Mensaje por Suso » 03 Mar 2009, 10:01

A situación varía en cada cita pero sempre anda entre un 30% e un 50% de abstención.
Nesta ultima os abstencionistas pasan dos 600.000.
o PP levou 760.000
o PSOE .... 483.000
o BNG.... 267.000.

Tampouco quería entrar a facer valoracións polo miudo, que para iso xa hai unha chea de "especialistas nos medios". Eu creo que a pesar de aumentar a participación, ten habido moitos abstencionistas desencantados do bipartito. Máis falo por intuición que eu nen entendo nen me importa a politica institucional.
Así e todo,continuo a dicer que moitos ou poucos, os anarquistas non votamos.
Saúde.
Teño barca, teño redes, teño sardiñas no mare
teño unha muller bonita
non quero máis traballare.

Avatar de Usuario
_nobody_
Mensajes: 10668
Registrado: 12 May 2002, 13:28

Re: @s anarquistas não votamos

Mensaje por _nobody_ » 03 Mar 2009, 11:46

Y no comentais nada de la enooorme cantidad de votos que tienen los NOS UP o el FPG ? :D
...vive como piensas o acabarás pensando lo que vives...

Da Ponte
Mensajes: 69
Registrado: 14 Nov 2005, 13:11

Re: @s anarquistas não votamos

Mensaje por Da Ponte » 03 Mar 2009, 12:05

De cnt galiza:

Xa sabemos quen vai exercer o poder na Galiza. Pois mira que ben.

Antes eran uns os que non ían fechar ENCE, non ían fechar Reganoxo, ían dar aos seus amigos o concurso eólico...

Agora serán os amigos de outros, agora volven os que teñen moitos amigos "enchufados" nas administracións públicas, aos outros non lle deu tempo a meter os seus.

Agora somos a clase obreira a que ten que cambiar este mundo a golpes. Quen pensara que Galiza ía mudar, xa sabe despois de catro anos o que hai: máis do mesmo, máis do mesmo; o mesmo lixo, diferentes nomes.

Agora é o momento da maioría: 689.249 abstencións

Agora, coma sempre repitamos: goberne quen goberne...



Se alguen quere un analise máis alo, mirando a as cifras:

O PP sacou so 3.226 votos máis que hai catro anos, sen embargo o castigo machaca a PSOE e BNG, que perden 73.024 e 44.706; o independentismo reduce os seus apoios e aparece UPD y TEGA con 41.833 votos en conxunto, insuficiente para conseguir escaño .

O PP movilizou a todo o que podía movilizar, gastou todo o que podía gastar para sacarlleo posto a esa pseudoesquerda "obreira e nacional galega" que perde a xente critica que quería cambio e agora ve o que e a politica, como se gastan os diñeiros, con quen paseas en iate, a quen "enchufas".



Agora, e o momento de que tod@s os que non acreditamos neste sistema corrupto e corruptor, neste sistema onde mandan os amigos empresarios, o que nos aplasta todolos días aos traballador@s, agora e o momento de ORGANIZARASE, volvamos aos sindicatos para loitar.


O de upd parece unha anecdota, o independentismo desplomase, a pesar da perda de votos do bng reducen o seu numero de votos, tanto fpg coma nosup.

Avatar de Usuario
Suso
Mensajes: 5254
Registrado: 17 Jun 2004, 13:51

Re: @s anarquistas não votamos

Mensaje por Suso » 03 Mar 2009, 12:26

_Nobody_: Poco podemos comentar de estos partidos que no se sepa ya. Ellos tampoco aspiraban a más. La realidad de los que se reclaman independentistas en Galicia es de dispersión, división y con pocas expectativas de sacar algo en lo parlamentario.
En lo demás, los anarquistas no coincidimos mucho con sus postulados. En lo sindical solo la CGT hasta el año pasado era aliada y uña y carne de un sindicato llamado CUT (la version independentista del sindicalismo y excisión de la CIG-mayoritario-) pero creo que han roto relaciones. No sé los motivos ni me importan. Quizás tenga más que ver con la cuestión politico que en la sindical propiamente.
La CNT va por otro camino y donde nos hemos encontrado no ha habido lo que se dice "buen rollo", especialmente con los sectores más "marxistas-leninistas", y algunos abiertamente "stalinistas".
No se si he aclarado algo tu comentario o simplemente ironizabas sobre estos partidos. Lo cierto es que en poco o nada influyen en que haya más o menos abstención que es de lo que iba el hilo.

Salud.
PD: Me he pasado al castellano por si hay matices que no entiendas.
Teño barca, teño redes, teño sardiñas no mare
teño unha muller bonita
non quero máis traballare.

Gelo
Mensajes: 27
Registrado: 23 Feb 2009, 14:51
Contactar:

Re: @s anarquistas não votamos

Mensaje por Gelo » 03 Mar 2009, 13:15

Suso, Da Ponte,

Quando em todo o mundo se fala de crise do modelo capitalista (nom do capitalismo mesmo) na Galiza vota 70% da populaçom e a maioria por um programa que promete privatizações para a crise. Importante: a Galiza nom tem a crise da construçom como no resto de Espanha. Hai um amplo voto ideológico, reflexivo e da direita mais conservadora tanto no rural como nos núcleos urbanos. É-vos o que hai.

Se todo fosse caciquismo, haveria retorno do bi-partito. Também hai umha batalha ideológica, a maior parte da gente preferiu corrupçom conservadora antes do que corrupçom social-democrata e nem considera os partidos que falam da esquerda. Isto nom é nem bom nem mau, afecta às dinámicas do movimento operário real: onde se organiza, que cultura pode criar, etc.

Suso, nom deixes todo o trabalho para os especialistas nos meios, pobrichinos. http://www.alasbarricadas.org/forums/po ... 0&p=387513# Ou fai como quigeres, todo tem os seus riscos.
A natureza não faz milagres http://pacienciasdeanimal.blogspot.com/

Avatar de Usuario
Suso
Mensajes: 5254
Registrado: 17 Jun 2004, 13:51

Re: @s anarquistas não votamos

Mensaje por Suso » 03 Mar 2009, 14:43

Saude Gelo.
Non sei como ando metido neste debate porque en realidade, estas foron as eleccións das que menos tempo lles adiquei.
Tes razón en moitas das cousas que dis. Xa sei que poñer aquí que a min tanto me ten o Feijoo como o bipartito, vai parecer que non me mollo. Pero realmente non me costou nadiña convencer aos amigos que aindan teñen esperanza na vía parlamentar.
Acabo de ter unha discusión- real- no meu choio e efectivamente hai un conservadurismo "galopante" en cousas como o debate linguistico. Seguramente con este goberno pepeiro veremos unha volta a politica anterior a 1981. Preocupante.
Na cuestión social e na economica, poucas novedades. O Capital síntese cómodo con calquera das tendencias, conservadoras, socialdemocratas ou "nacionalistas". Nestes aspectos son moi pesimista. Non haberá máis "cambios" que os que forzemos desde a Sociedade Organizada.
En Betanzos fixemos unha pequena campaña pola abstención. Non era exclusivamente libertaria. No ateneo traballamos acratas,marxistas e doutras herbas :-OO . O mínimo común foi:
"O mínimo é non votalos. Despois discutiremos o modelo de Organización e o modelo de Sociedade, pero votalos é lexitimar todo este tinglado".
Esto vale tanto para os oficiaís como para a esquerda anticapitalista que segue utilizando as eleccións como plataforma propaganidista. Vemolo un contrasentido e por iso, somos declaradamente abastencionistas.

Veña. Unha aperta.
Teño barca, teño redes, teño sardiñas no mare
teño unha muller bonita
non quero máis traballare.

Gelo
Mensajes: 27
Registrado: 23 Feb 2009, 14:51
Contactar:

Re: @s anarquistas não votamos

Mensaje por Gelo » 03 Mar 2009, 14:57

Os dados que pugem antes som erróneos. Abstençom:35,79%

Suso,

As conversas no trabalho dim muito. Já se pode dizer que flexibilizar o despido facilita a criaçom de novos postos de trabalho. Talvez tu és um companheiro do metal ou algumha cousa disso, mas noutros sectores é chunguillo. Enfim.

Saudinha.
A natureza não faz milagres http://pacienciasdeanimal.blogspot.com/

Avatar de Usuario
Suso
Mensajes: 5254
Registrado: 17 Jun 2004, 13:51

Re: @s anarquistas não votamos

Mensaje por Suso » 03 Mar 2009, 15:13

Do metal non.
Eu traballo no mundo da Industria Textil. Hai obreiras de salario convenio - unha merda-, mozos de almacén - de salario mellorado por presión sindical- e unha chea de auto enganados que din de sí mesmos que traballan no "mundo da moda".... :roll:
Estes estan preocupados porque "se nos quiere imponer el gallego" :roll:
Do das oito horas, das extraordinarias, dos convenios, da precariedade, dos abusos e destas cousas pouco se fala porque non debe ser "fashion".
Pero desde este mundo tan "así" algúns estamos empeñados en cambiar o mundo. ¿Dific¡l? Moito. Pero desde as Institucións IMPOSIBLE.
Teño barca, teño redes, teño sardiñas no mare
teño unha muller bonita
non quero máis traballare.

Responder